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A importância da comunicação

A comunicação com os nossos familiares mais idosos pode ser uma questão bastante difícil. Os laços emocionais raramente facilitam quando temos de abordar situações mais difíceis. Falar sobre a perda de capacidades, restrições e dificuldades dos nossos entes mais queridos é tocar em pontos sensíveis, levando muitas vezes a tensões e desentendimentos que vão tornar mais complicada a tomada das decisões necessárias ao bem estar e segurança dos idosos.
Deixamos alguns pontos a ter em conta para tentar facilitar este processo de comunicação.
- Recolha informação
Se os seus pais estão perto dos 70 anos, é a altura para começar a observar os comportamentos, atitudes e reações, para recolher informação que possa sustentar a sua abordagem. Não tire conclusões precipitadas nem se baseia numa única observação, seja ponderado e cauteloso. Vai iniciar uma conversa em que provavelmente terá de confrontar os seus pais com as suas debilidades, mas é importante dar início a estas conversas e tentar encontrar soluções consensuais.
Lembre-se que mais vale detetar e enfrentar estas dificuldades mais cedo, antes que a condição física ou neurológica do seus pais sofra uma maior degradação.
- Inicie a conversa
Envolva os seus pais numa conversa e no processo de discussão e decisão. Fale sobre o que observou e pergunte aos seus pais o que pensam que se pode estar a passar. Se os seus pais reconhecerem que há um problema, pergunte-lhes se já pensaram nalguma solução. Se, pelo contrário, eles rejeitarem que estão com qualquer dificuldade, use a informação para comprovar que algo invulgar se está a passar.
- Quanto mais cedo melhor
Não perca tempo se estiver perante uma situação de crise. Por exemplo, se detetar que o seu pai tem falta de visão ou dificuldade em guiar à noite, aborde já esta questão, antes que ocorra um acidente. Lembre-se que é uma situação sensível e que, no final, vai provavelmente pedir a uma pessoa que sempre conduziu para deixar de o fazer. É um reconhecimento de incapacidade, de perda de independência e de necessidade de ajuda que ninguém gosta de enfrentar.
- Nunca tenha conversas infantis
Lembre-se que está a falar com adultos, com uma experiência de vida, personalidade formada e vontade própria. Não os trate como crianças, não tente forçar decisões e mostre respeito pela pessoa com quem está a falar. Uma conversa infantil colocará uma pessoa idosa na defensiva e trará mais dificuldades na obtenção de uma solução consensual.
- Maximize a independência
Procure sempre as soluções que deem o maior grau de independência à pessoa idosa. Se é necessária ajuda em casa, tente dar início ao processo através de um pequeno apoio diário, para que haja um processo de habituação à presença de alguém. Para isto também é importante que o apoio tenha início numa fase inicial de dependência, porque permitirá ter este processo progressivo ao mesmo tempo que retarda as fases de maior dependência.
- Avalie a situação como um todo
Por vezes há situações que desencadeiam um processo de depressão que pode ter efeitos muito negativos na vida de um idoso. A morte de um cônjuge, por exemplo, é frequentemente seguida por um desleixo nos cuidados pessoais, na limpeza da casa e na alimentação e rotinas diárias. Isto porque a maioria das coisas eram feitas a dois e a partir de agora são tarefas isoladas e que, ainda por cima, trazem recordações pro vezes dolorosas. Assegure-se de que existe um conjunto de amigos, atividades e apoio familiar que mantenham a pessoa equilibrada na vertente social e estável no aspeto físico.
- Peça ajuda
Como referimos inicialmente, os laços emocionais nem sempre ajudam neste processo. Os pais têm muitas vezes dificuldade em aceitar sugestões dos filhos, em deixá-los tomar decisões sobre a sua vida. É mais fácil ter uma conversa franca e aberta com um estranho do que os próprios filhos.
Na My Home, já passámos por muitas destas situações e podemos colocar esta experiência ao vosso serviço. Se vir que não consegue ultrapassar as dificuldades de comunicação, fale connosco.
Quem sabe se uma visita e conversa com os seus familiares pode ajudar a desbloquear a situação!
